Caixa suspende venda de subsidiária. O que significa?
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Interrupção recente nas ofertas de ações da Caixa Seguridade ocorre em momento de rejeição da população perante a privatização do banco público e aumenta a mobilização contra possíveis privatizações.
Com diferentes pesquisas de opinião pública mostrando que a população é popularmente contra a privatização da Caixa Econômica Federal e uma intensa mobilização da sociedade, de parlamentares e representações dos trabalhadores do banco em defesa da estatal.
Entretanto a diretoria da empresa anunciou, nesta quinta-feira (24), a suspensão da venda da Caixa Seguridade. Que é uma das mais estratégicas e rentáveis subsidiárias da instituição.
De acordo com o banco, a desistência da chamada “oferta pública inicial” das ações (IPO, na sigla em inglês) teria sido motivada pela “atual conjuntura do mercado” que não comporta essa estratégia.
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A Caixa permanecer pública é bom para o País
De acordo com o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sérgio Takemoto, a boa notícia para o país é resultado também da grande atuação dos empregados do banco e das entidades sindicais pela manutenção da Caixa 100% pública.
Um dos maiores patrimônios do Brasil. “É uma grande vitória”, afirma. “A privatização da Caixa Seguridade representaria o primeiro grande passo para a entrega da Caixa Econômica ao mercado”, ressalta.
Medida Provisória 995/2020
Tais mobilizações foram intensificadas no último dia 7 de agosto, quando o atual Presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), editou a Medida Provisória 995/2020.
A MP autoriza a criação e posterior venda de subsidiárias do banco, abrindo caminho para a privatização da Caixa. A qual é responsável não só pelo socorro a mais de 100 milhões de brasileiros que recebem o auxílio emergencial e outros benefícios sociais como também por 70% do financiamento habitacional no país. Devido há programas sociais como o minha casa minha vida.
IPO da Caixa
Sem dar detalhes, o anúncio divulgado hoje pela direção do banco sobre o IPO da Caixa Seguridade afirma que “comunicará oportunamente ao mercado qualquer evolução dos assuntos relacionados à potencial oferta e à sua admissão e listagem no Novo Mercado”, em referência à B3.
Em destaque sobre os assuntos econômicos está a oferta pública inicial da Caixa Seguridade, que foi retomada no último mês de agosto depois de uma suspensão em março A mesma foi justificada pela “instabilidade das bolsas de valores e fuga dos investidores, provocadas pela pandemia”, a qual se instalou pelo País devido o surto do novo coronavírus.
Projeto de lei contra privatização
Além das ações ajuizadas no Supremo, tramitam no Congresso Nacional propostas legislativas contrárias a privatizações de empresas públicas. Uma delas é o Projeto de Lei 4.269. De acordo com o PL, privatizar estatais sem autorização do Congresso passa ser ato tipificado como crime. Com pena de 10 a 16 anos de reclusão e multa.
Outra medida contra a privatização da Caixa é o Projeto de Lei 2.715/2020, que suspende as privatizações até o ano de 2022. Como afirma o deputado Enio Verri (PT-PR). Um dos autores do PL, “o governo está esquartejando a Petrobras para vender os seus pedaços e agora quer fazer o mesmo com a Caixa”.
A população quer a privatização da Caixa?
Pesquisa realizada pela revista Exame, em parceria com o Ideia — instituto especializado em opinião pública. Apontou que 49% dos entrevistados disseram ser contra a privatização da Caixa. Enquanto 22% declararam ser a favor, 19% ficaram neutros e 9% não souberam opinar.
O levantamento, divulgado no último dia 10, foi feito com 1.235 pessoas, por telefone, em todas as regiões do país, entre os dias 24 e 31 de agosto.
Em outra pesquisa, desta vez realizada pela revista Fórum entre os dias 14 e 17 de julho. 60,6% dos participantes se posicionaram contrários à privatização do banco público. A revista ouviu a opinião de mil brasileiros sobre a venda de estatais. A empresa que teve a maior rejeição social à privatização foi a Caixa Econômica.
Em enquetes realizadas sobre a MP 995 e projetos de lei que tratam de privatizações e tramitam no Congresso, a ampla maioria dos participantes também posiciona-se contra a venda da Caixa.
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