Ipea: auxílio emergencial melhorou renda média dos brasileiros em julho
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Domicílios brasileiros sobrevivem apenas por causa do auxílio emergencial, corte do benefício pode mudar isso
Cerca de 4,4 milhões de domicílios brasileiros conseguiram se manter, no mês de julho, apenas com o valor do auxílio emergencial de R$ 600. O benefício é pago pelo governo federal e foi criado como uma medida para enfrentar os impactos econômicos provocados pela pandemia do novo coronavírus.
De acordo com estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), entre os domicílios mais pobres, os rendimentos atingiram 124% do que seriam com as rendas habituais.
Além disso, o auxílio emergencial também foi suficiente para superar em 16% a perda da massa salarial entre as pessoas que permaneceram ocupadas.
A análise foi feita pelo Instituto com base nos dados da PNAD Covid-19, versão especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Para o cálculo dos efeitos do auxílio emergencial, o Ipea comparou a renda média habitualmente recebida, isto é, o valor recebido mensalmente sem nenhum acréscimo nem descontos, com a renda média efetivamente recebida.
Em julho, o rendimento do trabalho médio efetivo ficou em R$ 2.070, em média, por domicílio, o equivalente a 87,1% do rendimento habitual do trabalho efetivo, que ficou em R$ 2.377.
De acordo com o economista e pesquisador do Ipea, Sandro Sacchet “pela primeira vez, desde o início da pandemia, o auxílio emergencial compensa em média mais que a diferença entre a renda efetiva e a habitual. Ou seja, entre os que permaneceram empregados, a renda média com o auxílio já é maior do que seria habitualmente”.
Embate da prorrogação do auxílio
Mesmo com os resultados positivos gerados pelo pagamento do auxílio emergencial, até o momento, o governo não decretou uma prorrogação do benefício.
Ao que tudo indica, o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes e a equipe econômica estão estudando se é viável para os cofres públicos estender o pagamento do auxílio emergencial.
Comentários que rondaram a mídia nos últimos dias demonstram que a equipe econômica do governo federal pretende prorrogar o auxílio. No entanto, o valor de R$ 600 cairia para R$ 200 ou R$ 300.
No início de agosto, Bolsonaro se manifestou sobre a possível prorrogação, dizendo que “não da para continuar muito porque, por mês, custa R$50 bilhões. A economia tem que continuar. E alguns governadores teimam ainda em manter tudo fechado”.
Veja também – Casa Verde e Amarela: o que é, como funciona e quem tem direito?
Ideia Legislativa de prorrogação do Auxílio Emergencial
No dia 29 de julho, o portal e-Cidadania recebeu uma Ideia Legislativa que propõe a prorrogação do auxílio emergencial de R$600 até o final do decreto de calamidade pública no Brasil.
A Ideia recebeu em dois dias o número de apoios necessários e conseguiu cerca de 70 mil apoios em menos de 2 semanas. Com isso, a pressão da sociedade para a prorrogação do auxílio aumenta.
Mas e o Renda Brasil?
Inicialmente, a ideia era que o programa Renda Brasil fosse lançado após o término dos pagamentos do auxílio emergencial. Depois, o governo federal informou que lançaria essa e outras mudanças no dia 25, o chamado “Big Bang Day”.
No entanto, nenhuma das duas situações ocorreu. A data de lançamento foi adiada por mais de uma vez já que o projeto ainda está sendo desenhado e não há previsão de envio ao Congresso.
As informações que foram divulgadas até agora sobre o programa são que:
- O Renda Brasil iria aos poucos substituindo o atual Bolsa Família;
- Possível unificação de políticas sociais, como o abono salarial e seguro-defeso;
- Provável ampliação do programa para que o benefício chegue até trabalhadores informais que não têm vínculo com a CLT,
- Possível ampliação do valor pago ao beneficiários.
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