Golpes financeiros contra idosos crescem 60% na pandemia
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Entre os golpes financeiros mais comuns durante a pandemia estão o do falso motoboy
Desde o início da pandemia de coronavírus, golpes financeiros contra idosos cresceram 60%, segundo levantamento feito pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
São casos que variam de envio de um simples email malicioso, os chamados phishing, com vírus ou links que direcionam o usuário a sites falsos, aos mais elaborados: que envolvem, inclusive, motoboys indo à casa do idoso.
“A atendente foi tão boazinha comigo”
W.A., 85 anos, prefere não se identificar: ela foi vítima do chamado golpe financeiro do motoboy. Tudo começou com uma ligação dos criminosos, que se passaram por um atendente do banco.
A suposta atendente comunicou à vítima a realização de transações suspeitas com seu cartão e informou que um motoboy seria enviado para recolher este cartão, com a premissa de investigar as transações.
Enquanto isso, pelo telefone, a atendente confirmava dados como a senha e o CPF do titular da conta.
“Me disseram que meu cartão tinha sido clonado. Fiquei assustada! E a atendente pareceu ser tão boazinha: ficou comigo em ligação por um tempão. Ela mesma me falou do motoboy”, conta W.
No fim das contas, W entregou o cartão na mão dos criminosos. “Ele me disse que eu podia cortar o cartão, contanto que eu não cortasse os números de trás e o chip”.
“Ela me deu número de protocolo e disse que a ligação estava sendo gravada! Mas, no fim das contas, era tudo falso.”
Com o cartão em mãos e a senha, os estelionatários gastaram cerca de R$ 13 mil da conta de W. Mas ela só desconfiou da situação depois, quando sua sobrinha estranhou o procedimento do banco.
“Na hora desconfiei e liguei para o banco”, conta a sobrinha de W. “Fomos até a agência e a gerente tomou as providências”.
“Descobri que tinha sido vítima de um golpe só neste momento”, relembra W.
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Golpe do motoboy cresce 65%
Golpes financeiros como os sofridos por W, que incluem motoboys, tiveram um aumento de 65% durante a pandemia, segundo a Febraban.
Além disso, o caso de W ainda inclui a chamada engenharia social, quando os criminosos induzem o cliente a fornecer informações confidenciais e senhas.
Esse tipo de golpe financeiro aumento 70% desde o início da pandemia.
Fui vítima de golpe financeiro. O que fazer?
O primeiro passo é entrar em contato com o banco, contando a situação e pedindo o cancelamento do cartão.
A partir daí, a instituição financeira tomará as previdências de cancelamento e possível estorno do dinheiro perdido.
“A gerente, quando entrou em contato, avisou que nesse caso a possibilidade seria bem pequena, por causa dos dados que dei à falsa atendente”, conta W.
No caso de W, porém, o banco a ressarciu do valor integral do dinheiro, em função do histórico de compras e da idade avançada.
No entanto, não é obrigação da instituição financeira devolver o valor, já que houve compartilhamento indevido de dados.
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Como evitar golpes financeiros?
A Febraban dá algumas dicas de como evitar golpes financeiros como o do motoboy e o de emails falsos. São elas:
- O banco nunca liga pedindo senha nem número do cartão
- A instituição financeira não manda alguém para a casa do cliente para retirar o cartão
- O banco não liga solicitando transferência ou qualquer outro tipo de pagamento
- Ao receber uma ligação dizendo que o cartão foi clonado, o cliente deve desligar, pegar o número de telefone que está no cartão e ligar de outro telefone para verificar a história
- Recebeu um SMS ou e-mail do banco com um link? Ligue para o seu gerente
- Multiplique os cuidados e não passe sua senha a ninguém
Você já foi vítima de golpes financeiros? Sofreu alguma tentativa de golpe? Deixe nos comentários.
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