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Setembro amarelo: o que é burnout, a síndrome do trabalho

Setembro amarelo: o que é burnout, a síndrome do trabalho

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Também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, esse transtorno afeta 33 milhões de brasileiros

Você já deve ter ouvido falar de depressão e transtorno de ansiedade. Mas e síndrome de burnout, sabe o que é?

Também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, esse transtorno mental tem um gatilho relacionado ao trabalho. Em muitos casos, ele pode ser causado por assédio moral, por excesso de carga horária ou por muita responsabilidade.

O que é assédio moral?
Assédio moral é ser exposto situações de humilhação e constrangimento, de forma constante e frequente, como comentários depreciativos, por exemplo. Pode acontecer no ambiente de trabalho, não necessariamente pelo chefe, como por colegas

Foi a responsabilidade que pesou para Elda Valim. Entre 1994 e 2013, ela trabalhou no TCU (Tribunal de Contas da União) de Cuiabá, Mato Grosso. No entanto, em seus últimos anos de atuação, ela passou a identificar sintomas de algum distúrbio emocional.

“A primeira questão que senti era uma demora em responder às pessoas durante uma conversa. Eu parecia o computador, quando você pede pra ele fazer alguma coisa e ele mostra uma ampulheta…”, relembra Valim. “Além disso, eu me interrompia muito e me sentia muito ansiosa”.

Ao notar esses sintomas, a auditora foi ao psiquiatra. Recebeu a indicação de medicamento, que maquiou os sintomas e causou um alívio momentâneo. Mas os sintomas voltaram com força pouco tempo depois.

“Fui da ansiedade para a depressão. Minha família é muito em paz, é maravilhosa! Meus filhos são incríveis, meu marido é bom… temos 29 anos de casados”, conta. “Mas eu ainda me sentia assim. E queria entender o porquê. Me sentia ingrata, sentia vergonha… fui piorando”.

Entenda: ICMS: o que é e como funciona?

Síndrome do esgotamento profissional: diagnóstico difícil

Com a piora em seu estado, os remédios aumentaram, impedindo-a de dirigir. Os sintomas, porém, não diminuiam.

“No trabalho, eu estava muito agressiva. por causa de qualquer coisa eu explodia. Nessa época, meu chefe, que era uma grande amigo, chamou uma equipe médica para fazer uma vistoria no nosso setor. Foi aí que falei ao médico que não estava bem”.

Valim disse precisar de ajuda. Esse médico do TCU, então, indicou uma psiquiatra em Brasília: a doutora Norma Malta Machado.

“Levei 6 meses para receber um diagnóstico dela, mas me sentia amparada. Fiz todos os testes psicológicos e exames de saúde antes de ouvir que o trabalho era o meu gatilho”.

Até então, Valim desconhecia a síndrome de burnout. “Gostava do meu trabalho, dos meus colegas, então eu não podia imaginar que ele me causaria um transtorno”, salienta.

O trabalho de Valim no TCU envolvia auditorias em casos de corrupção. Um deles, com desvio de dinheiro de crianças com câncer. “O meu gatilho foi esse. Sempre que eu lembrava desse caso, me faltava ar, literalmente. Nossa sociedade quer de todas as formas ajudar crianças, ajudar pessoas com câncer e eu não consegui resolver esse caso”.

Esse sentimento de culpa por não conseguir solucionar a situação gerava um estresse considerável em Valim. “Me envolvi muito emocionalmente no trabalho, mas eu me sentia inútil. E esse sentimento ficou”.

Foram anos antes de descobrir o gatilho, hoje tão claro. “Eu me afastava do trabalho e ficava bem. Mas quando voltava, os sintomas voltavam comigo”.

A recomendação médica para amenizar os sintomas foi a aposentadoria. Há 7 anos, Valim é aposentada do TCU, mas, até hoje, luta para receber seu salário integral, já que seu afastamento foi decidido em função da síndrome do esgotamento profissional.

“Já passei por duas perícias, que comprovaram a síndrome de burnout, e ganhei o direito ao salário integral em Primeira Instância. Mas o TCU recorreu e aguardo a decisão final”.

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“O burnout é completamente ignorado”

Para Valim, a dificuldade na aceitação do diagnóstico por seu empregador é um reflexo do desconhecimento em relação à síndrome. “O burnout é completamente ignorado, porque não é uma questão externa que te faz mal. É uma questão interna: um gatilho dentro de você mesmo que faz mal. A forma como lida com aquilo que te incomoda faz você se deprimir e se esgotar”.

Mesmo Valim teve dificuldades em aceitar a síndrome do esgotamento profissional. “Pensava: ganho bem, trabalho só meio período, tenho duas férias por ano… Mas e aí? Ainda me sinto inútil e incapaz de mudar o que gostaria”.

7 anos depois do afastamento, Valim se sente muito melhor. Segue trabalhando voluntariamente em auditorias como as do TCU, mas sem a pressão de “por que não consigo mudar o governo sozinha?”

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“Se eu soubesse o que poderia ser, teria evitado”

Hoje, Valim já consegue reviver as memórias que lhe causaram tanto sofrimento. Já não falta ar quando pensa nas crianças que foram impactadas pelo desvio. Sobra energia para seguir querendo mudar o país.

“Se eu soubesse à época o que era burnout, eu teria evitado tudo o que vivi. Isso poderia ter acabado com a minha vida, porque tive ideias suicidas”, diz ela. “Por sorte, tenho a minha família estruturada e uma rede de apoio.”

Por isso, esses são os conselhos de Valim para quem sente que pode estar sofrendo de síndrome de esgotamento profissional: “converse com alguém que você considera, procure um médico e se cuide.”

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Os sintomas do transtorno

  • Cansaço em excesso, tanto físico quanto mental.
  • Dor de cabeça frequente.
  • Alterações no apetite.
  • Insônia.
  • Dificuldades de concentração.
  • Sentimentos de fracasso e insegurança.
  • Negatividade constante.
  • Sentimentos de derrota e desesperança.

Não é necessário apresentar todos os sintomas para ser diagnosticado com a síndrome do esgotamento profissional. Caso esteja com pelo menos três deles, o indicado é procurar acompanhamento médico.

Burnout no Brasil

Segundo pesquisa realizada em 9 países pelo International Stress Management Association (ISMA), o Brasil é o segundo país com maior nível de estresse profissional no mundo.

A pesquisa apontou, ainda, que a síndrome de burnout afeta 33 milhões de brasileiros, mas o número pode estar subnotificado, já que o transtorno pode ser confundido com ansiedade e depressão.

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