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O consórcio náutico permite ao consumidor adquirir jets skis, lanchas e outras embarcações com pagamento estendido e isento de juros.
De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), outubro de 2023 fechou com 10,05 milhões de consorciados ativos. Destes, a distribuição em segmentos foi: 22,8% em veículos pesados, 15,5% em imóveis, 10,8% em eletroeletrônicos e outros bens duráveis, 9,4% em motocicletas e, por fim, 6% no consórcio de veículos leves.
Contudo, apesar de não mencionado pela ABAC, há outros segmentos de consórcio disponíveis no mercado, como o consórcio náutico, que explicamos detalhadamente a seguir.
Em quanto tempo meu consórcio pode ser contemplado?
O consórcio náutico funciona de forma similar a qualquer outro segmento, portanto, diversos consumidores interessados em adquirir um bem do setor náutico são organizados em um grupo e, mensalmente, efetuam pagamentos, que se referem às prestações do valor solicitado. O dinheiro é depositado em um fundo comum e gerido pela administradora, que mensalmente realiza as assembleias, momento em que são feitos os sorteios.
Quem for sorteado, receberá a carta de crédito, que nada mais é do que o documento que permite a aquisição do bem. Essa carta possui um valor, que é estabelecido em contrato. Entretanto, se o consumidor optar por não esperar ser sorteado, já que é um processo que pode demorar, é possível ofertar lances, que é uma operação na qual o consorciado antecipa o pagamento de parte das parcelas e, com isso, recebe a carta de crédito, sem precisar aguardar ser sorteado.
O consórcio permite ao consumidor a aquisição de diversos veículos aquáticos, como:
Também é possível comprar veículos náuticos novos ou seminovos, desde que tenham até 10 anos de fabricação.
Documentação para consórcio: confira a lista completa
O consórcio é uma modalidade isenta de juros, porque não se trata de um empréstimo, mas um autofinanciamento coletivo, ou seja, a administradora não empresta dinheiro, a carta de crédito é constituída pelos recursos depositados pelos próprios participantes ao longo do contrato. No entanto, é importante destacar que, apesar de não haver juros, há outros encargos e custos envolvidos na operação, são eles:
Taxa de administração: que funciona como uma remuneração à administradora, e corresponde a um percentual que varia entre 10% e 25% sobre o valor da carta de crédito. Sendo assim, se a carta de crédito solicitada pelo consumidor for de R$100 mil, e a taxa de administração de 10%, por exemplo, o valor pago pelo mesmo será de R$10 mil.
Essa quantia é diluída nas parcelas, portanto, não é paga de uma só vez. Para exemplificar novamente, se o contrato for de 60 meses, o consorciado pagará R$166,66 ao mês, referente à taxa de administração, que será somada à prestação convencional e outros custos, que mencionamos a seguir.
Seguro: o seguro é contratado com o intuito de cobrir eventuais desistências ou morte de algum consorciado, já que, se isso acontecer, até que a vaga no grupo seja preenchida, haverá um “buraco” nos pagamentos.
Fundo de reserva: por fim, há o fundo de reserva, que é uma cobrança opcional, isso é, a administradora decide se incluirá no contrato, e serve para garantir o bom funcionamento do grupo. Neste caso, os recursos poderão ser movimentados em situações específicas, como falta de recursos no fundo comum, que impede a contemplação da carta de crédito, pagamento de despesas judiciais e extrajudiciais ou pagamento de despesas bancárias e entre outros.
Se após o término do contrato, ainda houver recursos disponíveis no fundo de reserva, a quantia deve ser devolvida aos participantes de forma proporcional ao pago por cada um. Além disso, todos os valores mencionados devem constar em contrato, de modo que o consumidor esteja ciente e de acordo com os valores.
Consórcio para negativado: é possível?
Depende, o valor da carta de crédito varia de acordo com o preço do bem desejado, dessa forma, no consórcio náutico, pode haver a disponibilização de carta de crédito a partir de R$30 mil, chegando a até R$300 mil, por exemplo, já que existem diversos modelos de veículos marítimos.
Para adquirir uma cota e formalizar o contrato de consórcio náutico, a administradora, de modo geral, solicita a apresentação de um documento de identificação com foto, como RG ou CNH, CPF e comprovante de renda. Contudo, após a contemplação, seja via sorteio ou oferta de lance, o consorciado deve apresentar os documentos mencionados novamente, além de:
O que é fundo de reserva no consórcio?
Qualquer operação financeira possui vantagens e desvantagens, por isso, cabe ao consumidor avaliar todos os fatores relacionados e definir se o consórcio náutico é a melhor opção para a sua realidade. A seguir, listamos alguns pontos.
Diferente do financiamento, que é preciso pagar um percentual entre 10% e 20% de entrada, para então ter acesso acesso ao crédito, no consórcio não é exigido o pagamento de nenhum valor. Inclusive, o consorciado consegue carta de crédito de até 100% do valor do bem desejado. Com isso, a modalidade facilita o acesso ao crédito por pessoas que não dispõem de recursos para arcar com o pagamento da entrada no momento de formalizar o contrato.
Conforme mencionado, o consórcio é uma operação isenta de juros, logo, ainda que haja os demais encargos explicados no tópico anterior, o Custo Efetivo Total (CET), que é o valor propriamente pago pelo consumidor, ainda tende a ser menor, se comparado às modalidades em que incidem juros.
A carta é bloqueada se o consorciado estiver negativado
Ao ser contemplado via sorteio ou oferta de lance aceita, a administradora efetua a análise de crédito. Se o consorciado estiver negativado, isso é, com o nome sujo, a carta de crédito será bloqueada e ficará rendendo em um fundo de investimento, até que o consumidor regularize a situação de seu CPF.
Ao formalizar o contrato, é estipulado um valor para a carta de crédito, de acordo com o bem desejado. No entanto, por se tratar de uma operação de médio a longo prazo, é possível que ao ser contemplado, o valor do veículo marítimo tenha sofrido aumento no valor e, consequentemente, custar mais caro. Sendo assim, a fim de evitar a perda do poder de compra, é feito o reajuste periódico da carta de crédito através do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), criado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Assim, é garantido ao consumidor a compra do bem desejado, ainda que o mesmo esteja mais caro.
Como funciona o Índice de Reajuste do Consórcio?
Devido ao reajuste mencionado, as prestações do consórcio podem ficar mais caras ou o pagamento se estender por mais tempo. Isso porque, quando há o reajuste da carta de crédito, a fim de manter o poder de compra do consumidor, esse aumento é repassado ao consorciado, que deverá arcar com a quantia excedente. Em cenários de alta inflação, essa característica pode impactar negativamente.
O consorciado que não possuir dinheiro para ofertar lances e, portanto, depender do sorteio, pode lidar com a demora para a obtenção do bem, já que a carta de crédito poderá demorar a ser liberada. Tendo isso em vista, o consórcio náutico é indicado para quem não tem urgência em obter a posse do veículo marítimo e pode esperar pela contemplação.
Por fim, outra característica da modalidade é a possibilidade de alienação fiduciária. Desse modo, se após a contemplação, o consorciado ainda possuir parcelas a serem pagas, é comum que o bem seja usado como garantia de pagamento. Isso significa que, se houver inadimplência, a administradora pode tomá-lo, a fim de quitar o saldo devedor. Essa informação, porém, deve constar no contrato.
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